Camilo Lourenço, Jornal de Negócios, 11 de Novembro de 2014
Cavaco Silva perguntou ontem o que andaram a fazer
os gestores da PT e os seus accionistas, numa crítica ao que se está a passar
na Portugal Telecom. Mas como é típico na sua prática, Cavaco preferiu o «toca
e foge»: depois de dizer que não gosta da ideia de desmembrar a PT (eu também
não gosto) avançou que antes de chegar a Belém escreveu sobre os custos de
transferir activos nacionais para o estrangeiro.
Pois eu gostava que o Presidente explicasse bem o
que isso significa. Por exemplo, que dissesse como é que um país sem capital
pode viver num mundo sem fronteiras sem transferir activos. Mais: gostava que
Cavaco explicasse como é que empresas portuguesas poderiam comprar activos lá
fora se todos pensassem como ele… Ah! E gostava mesmo que o Presidente
explicasse de que forma o modelo de privatizações que escolheu, como
primeiro-ministro, favoreceu esse objectivo, o da manutenção de activos em
Portugal.
António Costa deu ontem um sinal do que é o seu
pensamento económico: criou uma «taxa turística» com a qual pensa ir buscar
mais 19 milhões de euros a quem visite Lisboa.
A ideia da taxa é o afloramento do princípio de
«exportar a recessão», tão do gosto de certos pensadores de Esquerda. Não lhes
ocorre que como há países e cidades que só querem importar turistas, deixando a
parvoíce (leia-se aumentar impostos e taxas aos visitantes) para outros, vão
ficar mais competitivos do que Lisboa.
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