Heduíno Gomes
QUE FAZER COM JUÍZES MAUS E MARADOS?
Um anónimo comentou o texto sobre o juíz espanhol Baltasar Garzón:
«Os ETArras também devem estar muito contentes...»
Provavelmente os ETArras, tal como eu, também estarão muito contentes.
Os ETArras terão as suas razões. Eu tenho as minhas.
Sejamos claros. O que está em causa?
Se o anónimo quer uma condenação do terrorismo, aqui vai ela. Mas não é a luta antiterrorista que está em causa. Por aí não vai lá.
O que está em causa é (1) o exercício normal da justiça, (2) o exercício normal da justiça em Espanha e (3) a legitimidade de um espanhol se armar em justiceiro mundial.
1 -- Sobre o exercício normal da justiça, sublinhe-se à partida que não se põe em causa o poder judicial. Mas toda a gente sabe que nenhum sector da vida social está livre de ter admitido nas suas hostes gente má e marada, e também gente que pretende utilizar os seus poderes para se tornar vedeta ou impor as suas concepções políticas. Nas magistraturas também não. O habitat jurídico natural desses magistrados maus e marados seria um regime nazi ou comunista, onde as suas prepotências seriam naturalmente aceites. É o caso do sujeito. Magistrados destes apenas deixam ficar mal a magistratura.
2 -- Sobre o exercício normal da justiça em Espanha, pelos vistos, o Supremo Tribunal espanhol também não a entende como o sujeito. Estará esse tribunal feito com o terrorismo dos ETArras? Pense lá nisso...
3 -- Sobre a legitimidade de um espanhol se armar em justiceiro mundial, alto lá!!! Mau, marado, canhoto e espanhol?! Só por cima do meu cadáver!
Roland Freisler, presidente da Corte Popular (no centro) e outros juízes fazendo a saudação nazi no tribunal da Corte Popular.
Andrei Vichinski (1883-1954)
Russo, menchevique, assinou a ordem de prisão de Lenin em 1917. Em 1936 foi nomeado Procurador-Geral, figura central nos célebres processos de Moscovo.
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