domingo, 12 de novembro de 2017

Pacheco Pereira, o «historiador» oficial do comunismo, e as suas falácias


Acha ele...

Heduíno Gomes

Pacheco Pereira acaba de publicar no Público o artigo Os Anjos e os Demónios que a Revolução de Outubro de 1917 Solta no Portugal Anacrónico de 2017. Como «historiador» oficial do comunismo na analfabética III República, era uma oportunidade para Pacheco...

Vejamos as maiores.

1 — Logo no título do artigo: há demónios soltos a falar da Revolução de Outubro! Há os que «demonizam» a Revolução de Outubro!

E depois continua no mesmo tom, ele, que está no meio: nem a santifica nem a demoniza...

Conclusão: o comunismo não foi tão mau como isso!

2 — Diz ele sobre o PCP:

«o PCP viola as regras básicas das ‘condições’ leninistas para se ser considerado um partido comunista, a começar pela regra clara de que ‘os comunistas não podem confiar na legalidade burguesa e devem formar em toda parte um aparelho clandestino paralelo que possa, no momento decisivo, ajudar o partido a cumprir o seu dever perante a revolução’».

Com a honestidade a que já estamos habituados deste «historiador», nada nos espanta. Vejamos o que de facto diz Lenin, precisamente condicionando o que Pacheco refere entre aspas, isto é, vejamos a frase completa:

«Em quase todos os países da Europa e da América, a luta de classes está entrando na fase da guerra civil. Em tais condições, os comunistas não podem confiar na legalidade burguesa e devem formar em toda parte um aparelho clandestino paralelo que possa, no momento decisivo, ajudar o Partido a cumprir seu dever perante a revolução.»

Pergunta ao Pacheco: Portugal está na condição de guerra civil?

Isto será bronquite mental de pseudo-historiador e pseudo-analista político ou simplesmente desonestidade?

3 — Diz ele ainda sobre o PCP:

«Que eu saiba, o PCP não tem hoje nenhum ‘aparelho clandestino paralelo que possa, no momento decisivo, ajudar o partido a cumprir o seu dever perante a revolução’».

Pergunta ao Pacheco: — Quem é Pacheco para saber se o PCP faz ou não trabalho clandestino?

O herói dos seus sonhos do romantismo revolucionário...

Conclusões morais da estória.

1 — A falsificação é a regra desta intelectualidade oficial do regime. Pachecos, Rosas, Pimentéis...

2 — Como parolo e aprendiz de feiticeiro fascinado por Cunhal, Pacheco acha que o PCP já não é o que era... De facto o PCP já não é o que era, mas não pelas razões que Pacheco aponta. De facto o PCP afasta-se do leninismo, mas não pelas razões que Pacheco aponta. Mas os sucessores de Cunhal não são melhores nem piores do que Cunhal. São — utilizando a expressão utilizada frequentemente pelo Jerónimo — «farinha do mesmo saco».





Sem comentários: