quinta-feira, 29 de dezembro de 2016


«Mariconços» e «paneleirices»


Alberto Gonçalves, Sábado, 27 de Dezembro de 2016

Numa tentativa de explicar a ascensão de Trump, Seth MacFarlane, o criador de Family Guy, disse há tempos que o lado dele, a esquerda, «tornou-se um pouco irracional quando é preciso separar o trivial do profundo». E acrescentou: «Somos incapazes de distinguir as injustiças das coisas que nos ofendem.»

A chatice é que as coisas que os ofendem são imensas, e a sensibilidade aumenta a cada dia. Na América, por exemplo, pode arruinar-se uma pessoa após publicar uma graçola «inconveniente» no Facebook.

MacFarlane lembra o caso de Justine Sacco, a senhora que, durante uma viagem em 2014, deixou na Net piadas escritas em Heathrow sobre o cheiro dos alemães, a dentição dos britânicos e a sida em África. As primeiras ficaram impunes, mas a terceira levou a que, ao aterrar na Cidade do Cabo, a ex-anónima de 30 anos descobrisse que era, mundialmente, o ódio n.º 1 do Twitter. Descobriu também que perdera o emprego, o sossego e, decerto, a possibilidade de uma vida decente.

Portugal ainda não atingiu tamanho grau de desenvolvimento. Porém, vontade não falta. Na semana passada, Ricardo Araújo Pereira resolveu queixar-se dos seus parceiros ideológicos, leia-se os vigilantes atentos ao indivíduo que arrisca falar, mesmo que fora do contexto, em «mariconços» ou «paneleirices». Os vigilantes não perderam tempo a atiçar a fogueira. Nas «redes sociais» e em colunas de opinião, as criaturas do costume e os anónimos que apreciam as criaturas do costume saltaram a atacar a «intolerância» e o «preconceito» do Ricardo.

A fúria só não foi pior porque, afinal, o Ricardo não é conotado com a «direita». E porque, apesar do seu talento, o Ricardo partilha uma característica com os colegas sem talento do humor nacional: nunca, ou quase nunca, belisca de facto as «causas» de estimação da seita. Ao contrário do que berra uma devota do género, a questão não é que aqui não haja a vocação persecutória que se encontra nos EUA. Por via da tradição indígena para a submissão voluntária, o que não há é tantos pretextos para a perseguição.

O que constitui um pretexto ou o que diferencia o admissível do (ai que horror) inadmissível? No entender dos indignados profissionais, o bom senso. E o que é o bom senso? É tudo o que não aflige essas almas delicadas. Insultar cristãos, judeus, brancos, pretos (se representantes da troika), homossexuais (se corridos da festa do Avante!), mulheres (se avessas ao socialismo), aleijados (se ministros alemães) e até cancerosos (se cônjuges de neoliberais) integra o bom, melhor, o óptimo senso. O resto é blasfémia.

Vale que, pelo menos enquanto não se nomear uma comissão para avaliar e punir os «excessos», o castigo dos blasfemos é o gozo da liberdade. E o prazer de rir do dedito acusatório dos Torquemadas de trazer por casa, profissão que parece atrair os maiores idiotas, perdão, retardados, perdão, doentes mentais, perdão, os mais especiais sujeitos que o País tem para oferecer. E tem muitos, embora ninguém os queira.





quarta-feira, 21 de dezembro de 2016


NATAL








Nos seus 80 anos,

Bergoglio mais desmascarado




OS OITENTA ANOS DO PAPA FRANCISCO


Roberto de Mattei, II Tempo, 16 de Dezembro de 2016

O Papa Francisco transpõe o limiar do seu
80.º aniversário: Ingravescentem aetatem (idade avançada), conforme a define Paulo VI no motu proprio de 21 de Novembro de 1970, cuja chegada impõe a todos os cardeais abandonar os seus cargos, tirando-lhes até o direito de entrar no conclave. Paulo VI estabeleceu a regra para criar uma nova cúria «montiniana», mas introduziu assim uma profunda contradição no âmago de uma  prática mais do que milenar da Igreja. Porque se a idade é obstáculo para a condução de uma diocese ou de um dicastério, e até mesmo impede um cardeal de eleger um Papa, como se pode imaginar que, completados oitenta anos, possa um cardeal que se tornou Papa suportar o peso de guiar a Igreja universal?

Não são essas, contudo, as considerações que levaram o Papa Francisco a declarar em 12 de Dezembro: «Eu tenho a sensação de que o meu pontificado será breve, 4, 5 anos.[…]Talvez não, mas tenho a sensação de que o Senhor me colocou aqui por pouco tempo. Mas é um sentimento, por isso deixo sempre a possibilidade aberta». A verdadeira razão de uma possível abdicação parece ser não um enfraquecimento das forças, mas a consciência do Papa Bergoglio de
ter-se embrenhado, menos de três anos após a sua eleição, naquilo que foi definido por Antonio Socci no «Libero» como o inexorável «crepúsculo de um pontificado» (20 de Novembro de 2016).

O projecto do Papa Francisco de «reformar» a Igreja com a ajuda do Sínodo dos Bispos e de colaboradores dóceis enguiçou, e o balanço do Jubileu foi mais do que decepcionante. «O Papa Francisco fechou a porta santa, mas a sua mensagem é acompanhada pelo ruído de uma crise subterrânea. Uma guerra civil está em curso na Igreja», escreveu Marco Politi em «Il Fatto quotidiano» (21 de Novembro de 2016). O conflito foi aberto, premeditadamente ou não, pelo próprio Papa Francisco, especialmente após a exortação Amoris laetitia, e hoje a Igreja não avança, mas afunda numa terra sulcada pelas fissuras de profundas divisões.

Alguém comparou o fracasso do pontificado do Papa Francisco ao de Barack Hussein Obama. Em três anos consumou-se em Roma aquilo que em Washington tardou oito anos: a passagem da euforia da primeira hora à depressão final, pelo fracasso total dos objectivos almejados.

Mas seria errado ler o pontificado do Papa Francisco em termos puramente políticos. Ele nunca poderia pronunciar o «yes, we can» de Obama. Para um Papa, diferentemente de um político, nem tudo é possível. O Sumo Pontífice tem poder supremo, pleno e imediato sobre toda a Igreja, mas não pode alterar a lei divina que Jesus Cristo deu à Igreja, nem a lei natural que Deus inscreveu no coração de cada homem. É o Vigário de Cristo, mas não o seu sucessor. O Papa não pode mudar as Sagradas Escrituras, nem a Tradição, que são a regra remota da fé da Igreja, mas deve submeter-se a elas.

É este  o impasse diante do qual se encontra hoje o Papa Bergoglio.

Os «dubia» apresentados pelos quatro cardeais (Brandmüller, Burke, Caffara e Meisner) à Congregação para a Doutrina da Fé colocaram-o num beco sem saída. Face ao teor da Exortação Apostólica Amoris laetitia, os cardeais pedem ao Papa para responder claramente com um sim ou com um não às seguintes questões: os divorciados que voltaram a casar no civil e não querem abandonar a situação objectiva do pecado em que se encontram têm o direito a receber o Sacramento da Eucaristia? E, de modo mais geral: a lei divina e natural ainda é absoluta, ou em alguns casos permite excepções?

A resposta atinge os fundamentos da moral e da fé católica. Se aquilo que era verdade ontem não o é hoje, aquilo que é verdade hoje poderia não sê-lo amanhã. Mas caso se admita que a moralidade pode sofrer uma mutação de acordo com os tempos e as circunstâncias, a Igreja está destinada a afundar-se no relativismo da sociedade fluída dos nossos dias. Caso contrário, será então preciso remover o cardeal Vallini, Vigário de Roma, que na sua exposição durante o encontro da Conferência Pastoral da diocese do Papa, em 19 de Setembro, disse que os divorciados novamente casados podem ser admitidos à comunhão, de acordo com um «discernimento que distinga adequadamente cada caso». A sua posição foi adoptada em 2 de Dezembro pelo jornal Avvenire, órgão da Conferência Episcopal Italiana, segundo o qual as disposições de Amoris laetitia eram «palavras muito claras sobre as quais o Papa colocou o seu imprimatur».

Mas pode o Papa atribuir ao «discernimento» dos pastores o direito de quebrar a lei divina e a lei natural das quais a Igreja é a guardiã? Se um Papa tentar mudar a fé da Igreja, ele renuncia explícita ou implicitamente ao seu mandato como Vigário de Cristo e, mais cedo ou mais tarde, será obrigado a renunciar ao pontificado. A hipótese de uma reviravolta como esta não pode ser excluída no decurso de 2017. A abdicação voluntária tornaria possível ao Papa Francisco abandonar o campo como um reformador incompreendido, imputando à rigidez da Cúria a responsabilidade pelo seu fracasso. Se isso vier a acontecer, é mais provável que ocorra após o próximo Consistório, que permita ao Papa Bergoglio introduzir no Sacro Colégio um novo grupo de cardeais próximos dele, para influenciar a escolha do seu sucessor. A outra hipótese seria a de uma correcção fraterna da parte dos cardeais, a qual, uma vez tornada pública, equivaleria a uma constatação do erro ou heresia.

Nada de mais errado, em qualquer caso, do que as palavras do cardeal Hummes: «São quatro cardeais. Nós somos duzentos». Além do facto de que a fidelidade ao Evangelho não se mede de acordo com critérios numéricos, os duzentos cardeais aos quais se refere o cardeal Hummes nunca se distanciaram dos seus quatro confrades, mas com o seu silêncio de algum modo tomaram distância do Papa Francisco. As primeiras declarações de apoio aos dubia, tanto pelo cardeal Paul Josef Cordes, ex-presidente emérito do Pontifício Conselho Cor Unum, quanto pelo Cardeal George Pell, Prefeito da Secretaria para a Economia, são significativas. Alguns já começam a quebrar o silêncio. Não são duzentos, mas são certamente mais de quatro. 

Tradução: Hélio Dias Viana – FratresInUnum.com





domingo, 18 de dezembro de 2016


A falsidade herética vestida de branco


Nuno Serras Pereira12.12.2016

Pouco depois do início, deu a entender que não era vigário de Cristo, mas sim Seu sucessor, para agora se arrogar como maior do que o próprio Redentor. Quando Jesus Cristo diz no Evangelho que não veio fazer a Sua vontade mas sim a do Pai que O enviou, deve-se interpretar, seguindo a Mentira vestida de branco, que, de facto, não veio fazer a Sua vontade mas a do Papá vestido de branco, que apareceria alguns séculos mais tarde.

Autocrata singular, experimentado em simulações astutas, pronto na calúnia, especialista em ilusionismo, soberbo da sua publicitada humildade, todo dedicado aos corpos, e excepcional envenenador das almas.

É isto que por agora temos. Vede bem se não precisamos urgentemente de penitência e oração para esconjurar e exorcizar este mal atroz e tremendo que se abateu calamitosamente sobre as comunidades dos crentes, que andam abocados e espavoridos como ovelhas perseguidas por uma alcateia.





terça-feira, 13 de dezembro de 2016


Consenso científico sobre aquecimento global

tem pés de barro


Pânicos ideologicamente enviesados e não ciência constituem
a base do falso «consenso científico» sobre o aquecimento global

Luis Dufaur, IPCO, 
Impor «soluções» drásticas porque 97% dos cientistas diz que virá um cataclismo universal se não são implementadas logo, aqui e agora sem ouvir outra opinião: esse é um dos mais arrogantes sofismas do alarmismo em favor do «aquecimento global».

Porém, a alegação é patentemente falsa segundo demonstraram no The Wall Street Journal Joseph Bast, presidente do Heartland Institute e o Dr. Roy Spencer, da universidade de Alabama – Huntsville e pesquisador líder no Advanced Microwave Scanning Radiometer do NASA’s Aqua satellite há já alguns anos.

Estudaram três fontes principais dessa alegação e concluíram que estavam repletas de erros e tinham origens de escasso valor.

1. Em 2009, a universidade de Illinois consultou os seus estudantes perguntando se «as temperaturas globais tinham aumentado por uma contribuição significativa do factor humano».

Ninguém se espantou com o resultado: 97% respondeu «sim», posta a pressão propagandística e o risco da nota baixa.

Mas só 79 cientistas aceitaram responder à pergunta que tinha um viés tendencioso. Não é fonte para uma informação apresentada como definitiva até em discursos do presidente Obama!

2. Em 2010, um estudante da universidade de Stanford Califórnia, escreveu que entre 97% e 98% dos «mais fecundos postuladores da mudança climática»  acreditavam que «os gases estufa de origem humana foram responsáveis pela maior parte do incontestável aquecimento».

Na realidade, só consultou a opinião de 200 especialistas quando estes se contam por milhares. Mais uma fonte de ínfima atendibilidade.

3. Em 2013, o blogista John Cook definiu que 97% das ementas (abstracts) dos estudos «peer-reviewed» mostravam acreditar que a «actividade humana é responsável por algum tipo de aquecimento».

Porém um estudo mais exaustivo do trabalho de Cook mostrava que só 0,3% dos 11 944 trabalhos que ele dizia ter examinado concluíam que a «actividade humana está a causar a maior parte do actual aquecimento». Nota zero.

Pelo menos 31 072 cientistas americanos pediram por escrito
ao governo recusar o falso
«consenso» sobre o aquecimento global

O facto é que está cheio de cientistas, meteorologistas e investigadores que não acreditam que a actividade humana esteja superaquecendo o planeta.

Só 39,5% dos 1 854 membros da American Meteorological Society que responderam a uma pesquisa análoga em 2012 disseram que o calor gerado pela actividade humana possa ser perigoso.

Finalmente, o famigerado Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) da ONU, reclamou falar em nome de 2 500 cientistas embora muitos deles terem desmentido ter assinado o documento ou mesmo terem sido consultados.

Mas o IPCC escreveu um relatório de repercussão mundial que todos estes cientistas afirmam que «está a acontecer uma interferência humana no sistema climático e que a mudança climática representa riscos para o meio ambiente».

Em sentido contrário, o Petition Project, grupo de físicos e químicos sediado em La Jolla, Califórnia, recolheu muitas mais assinaturas — mais de 31 000 (mais de
9 000 delas com o título de Ph.D.), num apelo a defender a posição oposta.


O abaixo-assinado foi republicado em 2009, e a maioria dos assinantes reafirmou ou mesmo ampliou a sua adesão à primeira versão do apelo.

A petição sustenta que «não há provas científicas convincentes de que a libertação pelos humanos de CO2, metano ou algum outro gás estufa esteja a causar, ou possa vir a fazê-lo, num futuro previsível, um aquecimento catastrófico na atmosfera da Terra e uma perturbação do clima do planeta».

Os doutores Joseph Bast e Roy Spencer avaliando todos esses «pro» e «contra» concluíram com uma clareza de entrar pelos olhos que não há «consenso» entre os cientistas a respeito da existência de um aquecimento global de origem humana do qual possa advir alguma catástrofe.

O mais vergonhoso foi que cientistas alarmistas percebendo que não tinham como fundamental na ciência as suas pretensões em matéria de aquecimento climático, começaram a falsificar os dados nos laboratórios.

O mais rumoroso e infame escândalo ficou conhecido como «Climate-Gate». Nele, foram interceptados e-mails de renomados cientistas a combinar como esconder a falta de «aquecimento global» porque os dados não batiam com o que eles queriam.

A imensa NASA também teve cientistas infiéis que cozinharam os registos em 2007. Diziam que o ano mais quente do século aconteceu em 1934 quando o alarmismo postula que estamos a aquecer mais e mais e nessa data o mais tórrido ano teria sido o de 1998.

Então recalcularam os registos para que parecesse que 1998 tinha sido o mais quente nos seus livros até essa data.

O Prémio Nobel Ivar Giaever esmaga o «aquecimento global» no Council for the Lindau Nobel Laureate Meeting, 1.º de Julho de 2015.







«A BARCA DE PEDRO AVANÇA

PERIGOROSAMENTE À DERIVA»



24 sacerdotes e académicos católicos
assinam carta de apoio aos cardeais
que questionam Bergoglio


InfoCatólica, 10 de Dezembro de 2016

Un grupo de sacerdotes y académicos católicos ha hecho pública una carta de apoyo a los cardenales Burke, Meisner, Caffarra y Brandmüller, tras las críticas recibidas desde diversos sectores de la Iglesia por haber hecho públicas las preguntas – dubia – que enviaron al Papa sobre el cap. VIII de Amoris Laetitia.

Los firmantes de la carta manifiestan que «como pastores de almas e intelectuales católicos, deseamos expresar nuestra profunda gratitud y pleno apoyo a la valiente iniciativa de cuatro miembros del Colegio Cardenalicio, Sus Eminencias Walter Brandmüller, Raymond Leo Burke, Carlo Caffarra y Joachim Meisner».

Tras manifestar el sentido de la iniciativa de los cardenales, los firmantes reconocen que han «leído los intentos de Christoph Cardenal Schӧnborn y del Profesor Rocco Buttiglione de interpretar la exhortación apostólica según una «hermenéutica de la continuidad», pero añaden que, «a nuestro juicio no han conseguido demostrar su tesis fundamental, según la cual los elementos novedosos contenidos en AL no ponen en peligro la ley divina».

Al citar el artículo del profesor Pierantoni sobre la crisis arriana, recuerdan que entonces «la gran mayoría de los obispos, entre ellos incluso el Sucesor de Pedro, vacilaron acerca de la cuestión de la Divinidad de Cristo. Muchos no cayeron plenamente en la herejía; sin embargo, desarmados por la confusión o debilitados por la pusilanimidad, buscaron fórmulas de compromiso fácil en aras de la «paz» y la «unidad» .Y opinan que:

«Hoy en día asistimos a una crisis metastásica semejante, que en esta ocasión afecta a aspectos fundamentales de la vida cristiana. Se continúa rindiendo un tributo simbólico a la indisolubilidad del matrimonio, el carácter de pecado grave objetivo de la fornicación, el adulterio y la sodomía, la santidad de la Sagrada Eucaristía y la terrible realidad del pecado mortal. Pero en la práctica, un número creciente de eminentes prelados y teólogos están menoscabando o negando de hecho estos dogmas – y por ende, la existencia de prohibiciones sin excepciones en la ley divina sobre el comportamiento sexual – en virtud de su énfasis exagerado y unilateral en la «misericordia», el «acompañamiento pastoral» y las «circunstancias atenuantes».

Igualmente creen que «con el Pontífice reinante, la trompeta emite ahora un sonido muy incierto en esta batalla contra los «principados y potestades» del enemigo, de forma que la barca de Pedro avanza peligrosamente a la deriva como un navío sin timón e incluso muestra síntomas de una «desintegración incipiente» y por ello advierten que todos los obispos tienen el deber de defender la doctrina católica.





segunda-feira, 12 de dezembro de 2016


A BBC vê-se obrigada a corrigir e a reconhecer

que ocultou a oposição da Igreja católica

contra Hitler


Javier Lozano, Religionenlibertad, 10 de Dezembro de 2016

La BBC ha reconocido que en sus emisiones se ha silenciado y subestimado el papel de oposición que tuvo la Iglesia Católica contra Hitler. Lo ha hecho el organismo de control interno de la cadena pública británica que tras varias denuncias ha confirmado que el acusar a la Iglesia de no haber dicho y hecho nadan frente al Holocausto fue un error.

La BBC ha tenido que rectificar y ahora reconoce
que la Iglesia ayudó a los judíos durante el nazismo
La polémica surgió durante la Jornada Mundial de la Juventud en Polonia cuando el Papa Francisco visitó el campo de concentración de Auschwitz. En el boletín de noticias de la BBC de ese día, concretamente en el de la tarde, se informó que «el silencio fue la respuesta de la Iglesia Católica cuando la Alemania nazi demonizó al pueblo judío y luego trató de eliminar los judíos de Europa».

Una queja oficial a la BBC que ha prosperado

El miembro de la Cámara de los Lores, el católico Lord Alton de Liverpool y el monje benedictino Leo Chamberlain, exdirector de la Universidad de Ampleforth, presentaron una queja oficial ante esta información que consideraban que manipulaba y desinformaba a la ciudadanía.

El Papa Francisco visitó conmovido el campo de Auschwitz
durante la JMJ de Cracovia el pasado verano

La BBC reconoce que su información fue injusta

Casi seis meses después de que se presentara, la unidad de la BBC encargada de gestionar las quejas por la línea editorial de la cadena pública británica ha concluido que dicha información era realmente injusta.

Según el informe realizado por esta unidad, el reportero de la BBC «no dio la debida importancia a las declaraciones públicas de los sucesivos papas o los esfuerzos realizados por encargo de Pio XII para rescatar judíos de la persecución nazi, y se perpetúa así una visión que está en contradicción con la verdad».

Los verdaderos datos históricos

En un artículo en su blog que recoge Catholic Herald, Lord Alton criticaba la información que emitió la BBC y recordaba que son varios los historiadores que han elogiado los logros conseguidos por Pio XII, el Pontífice al que le tocó vivir la Segunda Guerra Mundial, en la lucha contra el nazismo.

Lord Alton, miembro del Parlamento británico,
se ha mostrado muy crítico con la cobertura de la BBC

Pio XII, salvador de numerosos judíos

Concretamente citaba a Pinchas Lapide, historiador y diplomático israelí que dijo que Pio XII «jugó un papel decisivo en la salvaguarda de al menos 700.000 judíos, pero probablemente fueron un máximo de 860.000 judíos que fueron salvados de una muerte segura a manos de los nazis».

Del mismo modo, a través de su red diplomática la Santa Sede ayudó a miles de judíos a salir de Europa del Este para que pudieran estar a salvo. Y en Hungría, por ejemplo, se emitieron numerosas partidas de bautismo a judíos de aquel país para ayudarles a escapar. Todo ello, sin contar la gran cantidad de judíos que fueron escondidos por la Iglesia dentro del Vaticano.

También fueron muchos católicos, desde obispos a granjeros, que se opusieron al nazismo y que acabaron siendo asesinados por no plegarse a la ideología totalitaria ni renunciar a su fe.

Pio XII ayudó a salvar a numerosos judíos
e incluso en tres ocasiones intentó que se derrocara a Hitler

¿Un documental que corrija las mentiras vertidas?

Ante todos estos datos, Lord Alton ha pedido a la BBC un nuevo documental que muestre la verdad y corrija las caricaturas distorsionadas y «hechas con medias verdades y mentiras».

Por su parte, la cadena ha asegurado que ha informado a los reporteros que hicieron dicha información sobre sus errores para que lo tengan en cuenta en coberturas futuras y así «reflejen mejor la historia».






Entendendo a ideologia do «género» em 2 minutos


https://www.youtube.com/watch?v=j7zbS1RYdpg






O lóbi homossexualista no ministério da Educação

O grande educador sexual


A chamada «educação sexual»: preparação ideológica
para a pedofilia e para a homossexualidade.


Inês Teotónio Pereira, Diário de Notícias, 10 de Dezembro de 2016

Já no próximo ano lectivo, uma criança com 5 anos pode aprender educação sexual no pré-escolar através de temas pedagógicos como este: «Desenvolver uma atitude positiva em relação ao prazer e à sexualidade.» Cinco anos.

Já aos 10 é possível assistirem a aulas sobre contraceptivos e aborto. Dez anos. Não sei porquê mas em Portugal convive-se bem com o conceito do Estado Grande Educador: não aflige ninguém que o Estado nos entre pela casa dentro e imponha como é que os nossos filhos devem ser educados. Não é quais as competências que as crianças devem adquirir a Matemática, Geografia ou Português. Isso é fascismo. Não, é mesmo o que eles devem pensar, como devem ser formados. Imaginem que há por aí famílias que só querem explicar aos filhos o que é o aborto depois de eles saberem como nascem os bebés? Um perigo. Ora, na dúvida sobre quem são os pais, o Estado antecipa-se através dos bancos da escola a educar os filhos segundo os cânones de directores-gerais de Educação e técnicos que lhes vão recarregando as armas com relatórios e estudos. Mas ninguém se chateia.

O conteúdo do documento intitulado Referencial da Educação para a Saúde e o facto de ainda ninguém ter invadido o Ministério da Educação como consequência lógica deste documento é prova dessa indiferença. Se fosse eu a entrar em casa da minha vizinha para explicar à sua filha de 10 anos a diferença entre a interrupção voluntária da gravidez e a não voluntária ou a dinâmica positiva do prazer e da sexualidade, acredito que a minha vizinha chamasse a polícia. E bem. Mas, se for a professora de ciências, não faz mal nenhum. Afinal, ela está apenas a educar para a saúde.

Um Estado socialista como o nosso vai até onde o deixam ir e com a convicção perigosa de quem se acha mais habilitado do que os pais para educar os filhos. Seja em educação sexual, alimentação, religião ou laicidade. Um Estado como o nosso não toca à campainha para entrar em nossa casa. Entra. E é isto o mais sinistro do documento referencial: o abuso. É que estas são portas que não se abrem a estranhos e muito menos à figura abstracta que é o Estado.





domingo, 4 de dezembro de 2016


Anticomunista, graças a Deus




P. Gonçalo Portocarrero de Almada, Observador, 3 de Dezembro de 2016

Os regimes não se medem pelas suas belezas retóricas mas pelas suas obras. O sonho revolucionário de Fidel, um terrível pesadelo para os cubanos, não o exime das atrocidades perpetradas pelo castrismo.

Apesar de esperada, a morte de Fidel Castro foi uma notícia surpreendente. Talvez porque a invulgar resistência do ancião guerrilheiro tivesse levado a crer que alcançara, como os antigos deuses, o dom da imortalidade. Mas, humano como era, embora não muito, Fidel também tinha os seus dias contados e, a estas horas, já prestou contas ao Criador. Paz à sua alma e, já agora, à nossa também. A sua morte não significa, para o seu país, o fim do comunismo mas, desaparecido o ditador, está mais próxima a tão desejada libertação de Cuba. Neste sentido, é um sinal de esperança.

Apesar de decorrida uma semana sobre a sua morte, continuam as inevitáveis reacções à sua vida e acção política, em catadupa de declarações mais ou menos hipócritas, ou mais ou menos comprometedoramente envergonhadas. É sabido que, no que se refere aos ditadores falecidos, a esquerda é como aquele detergente que lava duas vezes mais branco. A imprensa, enquanto por um lado diaboliza Adolf Hitler e Augusto Pinochet; pelo outro absolve e idealiza as atrocidades de Che Guevara e de Fidel Castro … enfim, o costume.

Não vale a pena insistir nas atrocidades protagonizadas por Fidel Castro, ou por ele consentidas, porque são já sobejamente conhecidas e foram, em sua vida, denunciadas pelos Repórteres sem Fronteiras (O livro negro de Cuba, prefácio e introdução de José Manuel Fernandes, Aletheia, 2005). Mas vale a pena retirar uma conclusão a que nem todos se atrevem: a natureza essencialmente antidemocrática da ideologia comunista.

Há quem distinga a teoria da prática comunista: desculpam a realidade ditatorial dos regimes comunistas, à conta do alegado altruísmo do marxismo-leninismo. Uma atitude tão incoerente como seria condenar Hitler, mas ressalvando o nacional-socialismo. Os regimes políticos não se medem pelos seus encantos retóricos, mas pelas obras. O indiscutível ideal patriótico de Hitler não o desculpa dos crimes do nazismo, do mesmo modo como o sonho revolucionário de Fidel, que foi um terrível pesadelo para milhares de cubanos, o não exime das atrocidades perpetradas pelo castrismo. Como se costuma dizer, de boas intenções está o inferno cheio.

O nazismo não foi apenas um fracasso político mas, sobretudo, uma aberração ideológica. O comunismo não é apenas uma prática que nunca resultou, nem sequer economicamente, mas também uma ideologia intrinsecamente contrária à liberdade e à dignidade humana. Ou seja, não se pode ser comunista e democrata, nem humanista, como aliás a história não se cansa de provar e a trágica vida de Fidel Castro, mais uma vez, confirmou. Considerar o marxismo-leninismo como um regime democrático é já um embuste da propaganda comunista.

Mas mesmo sabendo, como ninguém minimamente honesto pode hoje ignorar, que o comunismo é uma ideologia per se antidemocrática, poucos são os que ousam dizê-lo. Todos os democratas são unânimes em excluir, em absoluto, qualquer regime fascista ou nazi mas, paradoxalmente, alguns ainda toleram o comunismo, que é analogamente antidemocrático. Ninguém tem qualquer pejo em se afirmar, sem tibiezas, antifascista, mas – muito embora seja evidente que um verdadeiro democrata não pode, sem cair em contradição, deixar de ser anticomunista – poucos são os que têm a coragem de o assumir. Quanto muito, alguns mais afoitos dirão que não são comunistas, ou que são não comunistas, mas não anticomunistas, porque uma tal afirmação parece relevar radicalismo e cheira a extremismo fascista, ou coisa que o valha. Contudo, o mesmo não se verifica quando alguém se define, sem rebuço, como antifascista, ou antinazi…

Marx e Engels invocaram a história como o garante da inevitabilidade das suas previsões políticas e económicas, mas a história não só não confirmou os seus prognósticos como os desmentiu categoricamente. Mais ainda, a história veio dar razão ao juízo profético da Igreja católica que, pela encíclica Qui pluribus, já em 1846 condenou o comunismo, precisamente por ser contrário à liberdade humana, à justiça social e ao bem comum.

Foi pena que o mundo ocidental não tivesse ouvido a voz autorizada do beato
Pio IX e de todos os papas que lhe sucederam e que também condenaram, sem cobardes ambiguidades, o comunismo. Se se tivesse feito caso ao magistério da Igreja, hoje ninguém deploraria os muitos milhares de vítimas de meio século de ditadura comunista em Cuba. E, no mundo inteiro, haveria menos cem milhões de vítimas a lamentar.





quarta-feira, 30 de novembro de 2016


Porque Cuba se chama Cuba




Heduíno Gomes

D. João II, através de navegações secretas, havia ficado a conhecer a geografia e verificou que o Tratado de Alcáçovas não nos convinha nada...Então, para convencer os reis de Espanha a aceitar o Tratado de Tordesilhas, precisava de fazê-los acreditar que poderiam chegar à Índia navegando para Ocidente.

Tratou pois de enviar o seu primo Salvador Fernandes Zarco como espião junto dos reis de Espanha, e montar assim a primeira grande operação de desinformação à escala global que deixa os especialistas do KGB a léguas de distância...

Salvador Fernandes Zarco era filho de D. Isabel Perestrelo (filha do descobridor da Madeira) e de D. Fernando, Duque de Beja (este era irmão de D. Afonso V, e tio de D. João II, e pai da Rainha D. Leonor e do D. Manuel I). Portanto, Salvador Fernandes Zarco era primo de D. João II e meio-irmão da Rainha D. Leonor e do D. Manuel I.

Então lá vai o Salvador a caminho da corte de Espanha, com as tábuas de Abraão Zacuto no bolso (informação científica altamente secreta que D. João II lhe deu para se orientar correctamente no Atlântico), dizendo ser genovês e chamar-se Cristovão Colon e a vender a ideia de chegar à Índia navegando para Ocidente...



Os reis de Espanha embarcaram na patranha e promoveram a viagem. Salvador Fernandes Zarco regressou da América dizendo que tinha chegado à Índia (é por isso que hoje os índios assim se chamam...) e os reis de Espanha prontificaram-se a assinar o Tratado de Tordesilhas. E assim estariam a enganar um dos nossos maiores de todos os tempos, D. João II... Ah, ah!

Um pormenor interessante. O papa, como mediador na contenda, propôs como linha divisória o meridiano de Cabo Verde. Mas D. João II, que conhecia a geografia e queria sacar o Brasil sem perder o Oriente, exigiu que o meridiano passasse a 370 léguas mais para Oeste... 370! Não eram 300 nem 400!

Nas suas andanças por aquelas bandas da América central, Salvador Fernandes Zarco foi dando como nomes àquelas terras os nomes da sua região natal. Ele nasceu em Faro, pequena aldeia perto da Cuba, no Baixo-Alentejo, a 5 km desta e a 18 km de Beja. Aquela ilha levou com o nome de Cuba e um dos seus locais o nome de Faro.

Eis porque o Castro é de Cuba — e não da Cuba.

É por esta razão que, como se vê no filme 1492, o chamado «Cristovão Colon» (que nunca assinou «Colombo»!), ao regressar da América, antes de ir para Sevilha contar aos reis de Espanha que tinha encontrado a «Índia», vai a Santarém fazer o relatório ao Príncipe Perfeito: missão cumprida!